Carl Brockhaus
(1822 - 1899)
No ano 1843, Carl Brockhaus começou a lecionar em Breckerfeld perto de Hagen. Ali o jovem, criado no espírito cristão de uma forma rigorosa na casa de seus pais, chegou a se converter no mês de dezembro de 1845 e, por sinal, ao mesmo tempo do que a sua posterior esposa Emilie Löwen, a segunda filha do moleiro e padeiro Johann Peter Löwen, em cuja casa morava durante o tempo que passou em Breckerfeld. Em uma carta do dia 31 de dezembro de 1880 escreve sobre isso a sua esposa: "Nesse mês faz 35 anos em que você e eu conhecemos o Senhor".
Porém, ele não encontrou imediatamente uma firme paz com Deus. Procurava servir a Deus, mas não encontrou a força para isso de forma que permaneceu durante alguns anos no estado miserável descrito em Romanos 7. Finalmente, por volta do ano de 1848, chegou à plena confiança na obra completa de Cristo por meio do estudo diligente da epístola aos Romanos e da primeira epístola de João. Escreveu, em 1853, sobre essas experiências no primeiro ano da revista por ele editada intitulada "Botschafter in der Heimat" ("Mensageiro do Lar"), cujo nome mudou a partir do ano 1854 para "Botschafter des Heils in Christo" ("Mensageiro da Salvação em Cristo"). Tratava-se de uma dissertação minuciosa e comovente intitulada "Do desenvolvimento da vida interior de um crente, contado por ele mesmo". Nesses anos, com a devida licença dos pastores de Breckerfeld, começara a ter aulas bíblicas nos sítios da redondeza compartilhando com outros a boa nova. Já então se mostrava o seu grande dom evangelístico.
No dia 18 de abril de 1848, casou-se com Emilie Löwen, que estava ao seu lado durante toda uma caminhada de uma vida em comum durante 51 anos e o fez com grande entendimento e inteligência espiritual. 13 filhos foram fruto desse matrimônio.
Pouco antes de seu casamento, Carl Brockhaus se tornou professor principal da escola "Am Neuenteich" em Elberfeld. Infelizmente, ali não podia dar aulas bíblicas. Procurou então servir ao Senhor de outra forma. Em seu tempo livre, ele visitava as famílias de seus alunos e falava com os pais sobre a salvação da alma deles. No ano 1848, a revolução estourou e logo depois da agitação e tumultos revolucionários, a cidade de Elberfeld se tornou vítima da cólera em 1849. Nesse ano, Carl Brockhaus junto com alguns amigos fundou a "Associação para Educação" com a finalidade de receber e educar crianças negligenciadas. Para financiar essa empreitada, a revista "Der Kinderbote" ("Mensageiro para Crianças") editada por Carl Brockhaus devia ajudar. Porém, ele não encontrou verdadeira satisfação nessa atuação além de sua profissão. O desejo de seu coração era e continuava sendo pregar livre e publicamente o evangelho. No ano de 1850, Carl Brockhaus encontrou no "Noticiário Diário", jornal regional, um anúncio de alguns cristãos da cidade vizinha de Vohwinkel, marcando uma reunião com vistas à promoção do evangelho. Isso era algo segundo o gosto dele e com grande gozo foi a Vohwinkel. Durante três reuniões, que se seguiam em intervalos curtos, a questão foi discutida e Carl Brockhaus foi incumbido da tarefa de procurar e empregar mensageiros crentes com aptidão para a planejada missão interior. A "Associação Evangélica de Irmãos" fundada para essa finalidade em 3 de julho de 1850 na casa do empresário Neviandt de Mettmann arcava com os salários de 11 irmãos dispostos e aparentemente aptos para o trabalho no evangelho. Os meios financeiros procederam de contribuições estatuais e voluntárias. A direção da associação estava nas mãos do diretor de um colégio, Dr. Bouterwek e do negociante Hermann Heinrich Grafe de Elberfeld. Convicto de ter sido chamado por Deus para esse ministério, Carl Brockhaus desistiu de sua profissão de professor e se dedicou integralmente ao trabalho da associação. Em paralelo se despediu daquela primeira associação de educação e entregou o editorial da revista "Kinderbote" a seu irmão Wilhelm Brockhaus. Doravante, Carl Brockhaus empregava toda a sua força no serviço da Associação Evangélica de Irmãos, que, durante esse tempo, lhe devia muito. Para a obra missionária, como primeiro passo, fundou a revista oficial semanal da Associação Evangélica de Irmãos "Der Säemann für Mission in der Heimat und häusliche Erbauung" ("O Semeador para Missão em Casa e para Edificação no Lar"). Já naquele ano essa revista chegou a ter uma tiragem de 4.000 exemplares nunca mais alcançada depois.
Durante esse tempo, ele se reunia com alguns crentes verdadeiros na casa de Hermann Heinrich Grafe em Elberfeld, para meditar na Palavra de Deus. A esse círculo pertencia também o suíço Heinrich Thorens, que trabalhava desde o ano de 1846 na empresa têxtil do irmão Grafe em Barmen como desenhista de modelos. Tinha contato estreito com Julius Anton von Poseck e William Darby — um irmão de John Nelson Darby — em Düsseldorf. Thorens chegou a conhecer as exposições das Escrituras escritas por John Nelson Darby na Suíça francesa e compartilhou as mesmas com Carl Brockhaus. Em conseqüência disso, ele começou a examinar diligentemente as Escrituras e, baseado nisso, logo chegou a ter conflitos com a Associação Evangélica de Irmãos. Reconheceu aos poucos que não é conforme a vontade de Deus fundar associações e fixar estatutos segundo os quais mensageiros do evangelho são empregados por outros seres humanos, enviados e assalariados, mas que esses devem ser chamados pelo próprio Senhor e que também devem satisfação unicamente a Ele. Também chegou a reconhecer que as igrejas estatais e outras comunidades religiosas e denominações são instituições humanas julgadas pelo apóstolo Paulo em 1 Coríntios 1 e 3 como sendo humanas e carnais. Reconheceu que deve se separar dos incrédulos e se reunir somente com crentes verdadeiros ao nome do Senhor Jesus — resumido brevemente: deve voltar àquilo que era desde o início.
Esses novos reconhecimentos naturalmente expressou em suas preleções e aulas bíblicas. Não anunciava mais somente o evangelho puro da graça, mas também a posição perfeita do crente em Cristo diante de Deus e a necessidade de separação de incrédulos. Claro que isso não passou desapercebido da direção da Associação Evangélica de Irmãos. No dia 11 de dezembro de 1852, uma assembléia geral foi conclamada, para que Carl Brockhaus prestasse contas quanto às suas novas doutrinas. O diretor Bouterwek intimou-o ou a renunciar a essas "falsas doutrinas" ou a desligar-se da associação. Depois de ter rogado seriamente ao Senhor por direção e clareza durante um intervalo do debate de várias horas, declarou que não podia desviar-se da verdade da Palavra de Deus e por isso se desligaria da associação. Juntamente com ele, outros oito irmãos, entre eles o seu irmão mais velho Wilhelm Brockhaus, se desligaram.
O desligamento da Associação Evangélica de Irmãos não era um passo fácil para Carl Brockhaus. Significava pobreza e privações. Numa carta do ano 1875 escreve quanto a isso:
"Quase todos os meus amigos e parentes carnais se retiraram de mim e me tiveram por insensato e teimoso, pensando que eu não estava dedicado de coração à causa do Senhor, porque tinha deixado o lugar abençoado de trabalho sem necessidade e que não me importava com o bem-estar de minha família, expondo-a levianamente à necessidade. Somente alguns poucos aprovavam o meu passo. A porta para a obra estava quase totalmente fechada. Uma publicação mensal da associação com quase 2.000 assinantes alertou com bastante seriedade a meu respeito e o de alguns outros irmãos e nos culpou de erros gravíssimos. De fato, era um tempo de grandes excitações e amargas experiências. O Senhor, porém, estava perto de mim, muito perto e Ele continuou comigo até hoje e o estará até o fim".
Quando em anos posteriores falava a respeito desse tempo, não se cansava de contar aos seus filhos do cuidado de Deus. Certa vez, depois de sua despedida da associação, a sua casa experimentava escassez e lhe veio o pensamento se devia procurar novamente, pelo menos por meio período, uma ocupação secular, para ganhar o sustento de sua vida. O seu cunhado Julius Löwen lhe ofereceu trabalho no negócio dele. Ele, porém, não chegou a tomar uma decisão, pedindo ao Senhor sabedoria e direção. Então, certa manhã, recebeu uma carta contendo 5 taleres e uma breve nota com as palavras: "Ninguém que milita se embaraça com negócios desta vida" (2 Tm 2:4). Pelo manuscrito e do carimbo postal reconheceu que a carta não assinada era de um membro da Associação Evangélica de Irmãos, de quem, desde o seu desligamento, não ouvira mais nenhuma palavra amigável. Alguns dias mais tarde, o encontrou na rua e lhe disse: "Agradeço ao senhor pelo grande serviço a mim prestado por meio de sua carta. Estava indeciso se devia procurar outra ocupação ou se devia trabalhar somente na obra do Senhor e o senhor me livrou desse empate". O irmão estava bastante surpreso e contou-lhe, que certa noite estava pensando muito nele e que não conseguia dormir pelo fato de estar preocupado com o seu bem-estar. Então lhe veio o pensamento: 'Você deve lhe enviar alguma coisa'. Inicialmente não quis, mas o Senhor não o deixou em paz até que tivesse levantado e preparado a carta. Queria escrever uma breve palavra junto e se lembrou justamente daquela passagem que anotou no papel.
Ao mesmo tempo, de Hessen, região em que Carl Brockhaus já estivera diversas vezes, chegaram cartas de crentes comunicando que estavam pedindo constantemente ao Senhor, que lhe mostrasse que devia empregar o seu tempo integralmente na obra dEle. Isso lhe tirou as últimas dúvidas e lhe deu a firme convicção que fosse da vontade do Senhor dedicar-se integralmente à Sua obra e confiar a Ele o cuidado pelo sustento e pela família por completo.
Na dependência do Senhor começou, então, a pregar por todos os lados. Embora tivesse dura oposição da parte da igreja estatal (a Luterana), em muitos lugares crentes verdadeiros deixaram a igreja estabelecida e se formaram congregações que se reuniam em separação de todas as instituições clericais e de partidos religiosos para celebrar a Ceia do Senhor, estudar a Palavra de Deus e para orar. Naqueles dias, em Hessen, ainda não tinha liberdade de reunião. Por causa disso, Carl Brockhaus chegou a passar por duas vezes vários dias na prisão, uma vez em Dillenburg, outra vez em Herborn no ano de 1853.
Já na primeira metade do ano de 1853, Carl Brockhaus entrou em contato pessoal com John Nelson Darby, de quem já ouvira muito por meio de Heinrich Thorens e dos irmãos de Düsseldorf. A primeira carta de John Nelson Darby dirigida a ele data do dia 2 de maio de 1853. Segue um extrato dessa carta:
"Amado irmão!
Alegrei-me muito em receber a sua carta e acredito que não domina o francês, vou tentar escrever-lhe uma carta em alemão, embora não esteja acostumado a escrever nesse idioma. Apesar disso, entendi perfeitamente a sua carta; me interessou muito e ainda mais, amado irmão, porque todos nós nos encontramos na mesma situação — as mesmas dificuldades, os mesmos sofrimentos, as mesmas provações nós enfrentamos por todos os lados. Não devemos temer esses esforços do inimigo, porque mais forte é Quem está conosco do que quem está contra nós. Somente importa permanecer bem perto do Senhor e andar com Ele, para que tenhamos a Sua força e a consciência que o próprio Senhor está conosco, para que a clareza de Seu rosto brilhe sobre nós. Dessa forma, sem dúvida, andaremos no caminho certo, que é o dEle e, porque os nossos olhos são simples, todo o nosso corpo será cheio de luz. Então as dificuldades que nos acometem em todo o caminho, não lançarão dúvidas em nossos corações. Encontraremos a presença do Senhor na provação e a Sua alegria há de encher os nossos corações. Seremos mais do que vencedores por meio dAquele que nos amou. Deus esteja com você, amado irmão. Alegro-me de coração no Senhor, que a verdade se manifesta claramente nos corações dos Seus, também nas regiões onde o irmão mora. Graças a Deus, é a obra dEle; só Ele pode fazê-la e só Ele pode mantê-la. Que Ele lhe conceda toda a paciência e humildade, para que ande em Cristo; que Ele o fortaleça a cumprir o ministério dEle até o fim...
A paz de Deus esteja com você, amado irmão.
No amor cordial em Cristo, seu irmão J. N. Darby"
(A carta integral está publicada no "Botschafter in der Heimat", reimpressão de 1950, página 170).
É relatado que John Nelson Darby, quando leu na Suíça um exemplar de "O Semeador", em que foi mencionado o desligamento de Carl Brockhaus da Associação Evangélica de Irmãos, teria dito: "Gostaria de conhecer esses irmãos!". A primeira breve visita de John Nelson Darby em Elberfeld aconteceu provavelmente no final do ano 1853 ou no início de 1854. No final do ano de 1854 ele foi mais uma vez por mais tempo a Elberfeld. Juntamente com Carl Brockhaus e Julius Anton von Poseck traduziu durante esse tempo o Novo Testamento do grego para o alemão. Depois ele estivera por diversas vezes em Elberfeld em intervalos de 3 a 4 anos (1857, 1861, 1864, 1869). Elberfeld, então, já fazia parte de seu itinerário de viagens. O próprio Carl Brockhaus esteve, no mais tardar em 1855, na Inglaterra visitando John Nelson Darby, para, entre outras coisas, a conselho de Darby fazer aulas de inglês.
A partir do ano de 1853, Carl Brockhaus estava quase ininterruptamente viajando, para pregar o evangelho e visitar as igrejas que surgiam e para instruir os salvos. A obra se espalhava cada vez mais e não o levava somente para a região de Renânia e Westefália, mas também a Hesse, Baden, Würtemberg, Alsácia, Bavária bem como a Saxônia, Brandenburgo e Frísia Oriental. Muitas vezes estava na Silésia. Foi também muitas vezes aos Países Baixos e á Suíça.
Em casa, Carl Brockhaus não estava menos ativo do que fora. Em 1853 editou uma revista mensal para a edificação dos salvos que portava, no primeiro ano, o título de "Botschafter in der Heimat" e, a partir de 1854, se chamava "Botschafter des Heils in Christo" (tradução veja anteriormente nesse artigo). No decorrer das décadas se tornou uma grande bênção para muitos. Além disso editou um grande número de folhetos evangelísticos, livretos e livros para edificação e exposições da Palavra de Deus, parcialmente escritos por ele mesmo, parcialmente traduzido do inglês. Por meio desses escritos as diversas preciosas verdades da Bíblia como a justificação pela fé, a perfeição da obra redentora de Cristo, a unidade dos crentes verdadeiros, a esperança da volta do Senhor para o arrebatamento de Sua Igreja etc. chegaram a ser acessíveis a muitos salvos.
Carl Brockhaus também era um grande amigo de crianças. O seu amor às crianças fez com que já cedo editasse uma revista infantil intitulada "Für die lieben Kleinen" ("Para os Queridos Pequenos"). Mais tarde, nasceu dessa revista e maior e melhor conhecida revista evangelística "Samenkörner" ("Sementes").
Já em 1853, Julius Anton von Poseck começou a editar um primeiro hinário para salvos, impresso em segunda edição em 1856 em Hilden e que continha 16 hinos. Em colaboração com Carl Brockhaus, esse hinário foi ampliado cada vez mais. Por volta de 1880 continha 127 hinos, 1891 já eram 135 hinos e em 1898 — o ano do falecimento de Carl Brockhaus — englobava 145 hinos. Somente a nona edição do ano 1908 continha 147 hinos. 55 desses hinos são tidos como da autoria de Carl Brockhaus. O Tenente General von Viebahn disse a respeito desse hinário: "Conheço e amo muitos outros hinos espirituais e os uso em minha casa; mas não conheço outro hinário que estivesse tanto em concordância com a Palavra de Deus em cada linha e que expressasse de igual forma a adoração dos salvos".
Uma obra bastante especial de Carl Brockhaus é a edição da hoje amplamente divulgada tradução da Bíblia apelidada de "Elberfelder Bibelübersetzung". Foi a primeira completa e literal tradução da Palavra de Deus para o povo alemão conforme a posição atual da crítica textual. Pela edição da "Bíblia de Elberfeld", a necessária revisão da Bíblia de Lutero foi colocada em andamento. Quando se lê as introduções às diversas edições da Bíblia de Elberfeld, se reconhece a humildade, a alta estima da Bíblia de Lutero, a meticulosidade e o temor dos colaboradores da Palavra de Deus, mas também a profunda necessidade sentida por eles de ter uma tradução melhor e mais exata em mãos.
A obra iniciada em 1854 fez rápidos progressos. Já em 1855, o Novo Testamento podia ser editado pela editora Carl Brockhaus em Elberfeld. Embora essa obra pioneira ainda tivesse certas fraquezas e erros, espalhava grande bênção. No ano 1859, seguia uma tradução dos Salmos. Para essa finalidade, Carl Brockhaus esteve por algum tempo na casa de J. N. Darby em Londres. Somente nos anos 1869 /1870, J. N. Darby podia estar presente em Elberfeld por mais tempo para a tradução do Antigo Testamento. Participou desse trabalho também Hermanus Cornelis Voorhoeve de Rotterdam. Já no ano de 1871 toda a Bíblia podia ser publicada. Até hoje, a Bíblia de Elberfeld é conhecida e elogiada pelo fato de reproduzir o texto nos idiomas originais de uma maneira bastante fiel às palavras gregas e hebraicas. Essa importante obra estava no coração de Carl Brockhaus. Edições posteriores sempre de novo sofreram melhoramentos sob a responsabilidade de Dr. Alfred Rochat de Stuttgart (Velho Testamento) e Dr. Emil Dönges de Darmstadt (Novo Testamento). O conhecido tradutor da Bíblia Dr. Hermann Menge escreveu no ano de 1920 a Rudolf Brockhaus: "A sua 'Bíblia de Elberfeld' conheço há muitos anos e isso de uma forma que certamente não existem muitas pessoas na Alemanha que conhecem mais minuciosamente esse livro e o estimam mais alto do que eu. Também o recomendei calorosamente em diversas oportunidades. O Velho Testamento, desde os dias de Lutero, nunca foi traduzido melhor ao alemão do que na sua edição da Bíblia, e a bênção trazida pela Bíblia de Elberfeld dificilmente poderia ser estimado alto demais..."
No ano de 1856, Carl Brockhaus comprou um terreno no 'Kleinen Engelsberg', mais tarde 'Baustraße'. No terreno havia uma pequena casa, um antigo moinho de mostarda. A igreja em Elberfeld estava crescendo e lhe faltava um lugar adequado para as suas reuniões, e assim ele construiu em 1866 um casa em parte de seu terreno que tinha um salão no térreo e apartamentos no andar superior. Logo a família aumentada se sentia apertada na sua pequena casa, especialmente porque também o depósito de escritos e bíblias precisava de cada vez mais espaço. Assim, em 1874, ele decidiu de construir uma casa maior na parte ainda desocupada de seu terreno; mudou-se para lá na primavera de 1875. A casa pequena, desde então, foi usada como armazém e lugar de despacho para escritos cristãos.
Durante mais que 40 anos Carl Brockhaus estava ativo sem parar. Finalmente, a sua idade avançada não lhe permitia mais fazer viagens. As suas forças diminuíram. Os últimos anos de sua vida o prendiam cada vez mais em casa e lhe trouxeram diversos desconfortos. Muitas noites passava sentado em uma poltrona, porque o estado de seus nervos e de seu coração não lhe permitiam mais deitar. Mesmo assim podia vê-lo, embora o andar a pé ficara cada vez mais difícil para ele, andando pelas ladeiras do montanhoso vale do rio Wupper, para levar alimento espiritual às almas que estavam em seu coração e pastoreá-las e nutri-las.
No dia 9 de maio de 1899, na idade de 77 anos, depois de um breve leito de enfermidade, foi ao lar em paz, para estar para sempre com o seu Senhor, a Quem serviu aqui com grande fidelidade e devoção. Para o seu enterro vieram centenas de irmãos de perto e de longe. O seu amigo Hermanus Cornelis Voorhoeve fez o pequeno discurso e disse referente ao falecido: "...O nosso falecido irmão não era somente um pastor, mas também era um mestre. Quem teve o privilégio de estar presente nas maravilhosas conferências durante tantos anos está profundamente impressionado com isso. Como explicava a Palavra divina de uma maneira clara e explícita, quão emocionante e prático! E muitos de nós ouviram-no — alguns ainda no penúltimo domingo nesse salão — explicar e anunciar as Palavras do Senhor. E um evangelista — sim isso também era, e o era de uma maneira especial... Deus, portanto, nos deu muito, muito nesse irmão. Porém, nós não vimos aqui para elogiar a homens. Não, toda a honra, toda a glória pertence somente ao Senhor. Ele é Quem dá os dons. Ele é Quem envia os Seus servos. Ele é Quem concede a força e Ele é Quem envia as Suas bênçãos. Dele é que tudo procede. Ele nos deu Carl Brockhaus, e o deu durante tantos anos, por quase meio século. Assim, com gratidão, dizemos: O Senhor deu! Mas agora temos que acrescentar: O Senhor tomou! ... Ele sabe o que faz, e por isso falamos juntamente com Jó: Bendito seja o nome do Senhor!...".
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