domingo, 28 de agosto de 2011

Frederick William Grant

Frederick William Grant
(1834 - 1902)


Frederick William Grant nasceu em 25 de julho de 1834 no distrito de Putney, Londres. Ele chegou à conversão somente pela leitura das Sagradas Escrituras e sem auxílio de alguma outra pessoa. A sua educação escolar recebeu no colégio Kingston College School e esperava conseguir uma colocação no ministério da defesa. Aparentemente lhe faltavam as referências para isso e assim imigrou para o Canadá na idade de 21 anos. Nessa época, quando veio ao Canadá, a Igreja Anglicana (igreja oficial do estado inglês) estava instituindo novas paróquias nas partes recém colonizadas desse país. A necessidade de pastores era tão grande, que F. W. Grant, após uma exame minucioso, foi ordenado para essa função sem ter passado pelos estudos de modo geral necessários para isso.

Pela leitura de diversos escritos dos irmãos ficou claro para ele que não podia permanecer na igreja do estado. Por isso deixou o sistema eclesiástico e mudou-se para Toronto onde morou por algum tempo. Podemos ganhar um quadro claro de seu desenvolvimento espiritual a partir de uma correspondência com John Nelson Darby mantida durante os anos 1864 a 1875. Principalmente se destacam os descobrimentos que uma alma vivificada faz quanto à sua carne corrupta e quanto aos perigos do egoísmo e do intelectualismo. Esse conhecimento de si próprio é tanto mais notável, porque nos seus escritos posteriores, por vezes chegou a formulações um pouco ousadas e não compartilhadas pela maioria dos mestres entre os irmãos. Por outro lado, possuía um entendimento profundo da verdade que sempre explicava com grande alegria. Sempre era o desejo de seu coração fazer Cristo mais precioso às almas fazer-lhes cara a Sua Palavra.

Mais tarde, F. W. Grant mudou-se para Brooklyn no estado de Nova Iorque, depois para Plainfield (New Jersey), onde morava até a sua morte. Não viajava muito e por isso não era pessoalmente conhecido por muitos irmãos. Também lhe faltavam aquela atração que muitos dos guias, também entre os crentes, possuem. Porém, aqueles que o conheciam pessoalmente, o amavam por causa de seu caráter precioso e nobre, fruto da graça de Deus, e por causa da simplicidade e dignidade de um cristão verdadeiro. Amava a Palavra de Deus acima de tudo e desejava retê-la, embora tivesse consciência de sua fraqueza e dependência. Queria sempre de novo apresentar as preciosas verdades contidas nela às almas.

Durante anos havia se ocupado detalhadamente com o livro dos Salmos. Não apenas foi atraído pelo conteúdo deles, mas também pela forma literária e sua divisão comparável aos cinco livros de Moisés (o Pentateuco). Foi atraído pelo fato de que em alguns salmos a letra inicial de cada versículo segue a seqüência do alfabeto hebraico e também de sua relação entre si em vários grupos. Chegou a ter a impressão de que Deus deixou escrever os salmos segundo um plano específico, notando que o significado numerológico de cada salmo, de cada grupo de salmos e de cada livro tinha um lugar claramente indicado e importante. Se, pois, os salmos foram escritos dessa forma, por que então não todas as Sagradas Escrituras? Assim continuou pesquisando até encontrar a mesma harmonia divina em toda a inspirada Palavra de Deus. Começou e escreveu durante alguns anos de paciente trabalho a obra "The Numerical Bible" ("A Bíblia de
Números"). Ao total, sete volumes dessa obra foram publicados. Englobam Gênesis a 2 Samuel, os Salmos e o profeta Ezequiel quanto ao Antigo Testamento e todo o Novo Testamento. Infelizmente não foi possível terminar os demais livros do Antigo Testamento. Dividiu o texto bíblico conforme a estrutura numérica descoberta por ele e, na margem, colocou diversas passagens paralelas e também um comentário contínuo abaixo do texto bíblico. Além disso, escreveu um número de estudos (por exemplo sobre Gênesis e Êxodo e o Apocalipse) e também livros de conteúdo doutrinário sobre diversos assuntos.
 

Da época pouco antes de seu falecimento se conta a seguinte história. Quando um visitante entrou em seu quarto, ele sentava, apoiado em almofadas, em sua cadeira. A Bíblia estava aberta diante dele, como sempre nesses dias de uma espera difícil e desamparo. Se voltou ao visitante e disse em profunda comoção com um olhar a sua Bíblia: "Oh, o livro, o livro!" Era como se quisesse dizer: Que abundância tenho aqui e quão pouco entendi e com que fraqueza expressei os pensamentos contidos nele.
 

Em 25 de julho de 1902, em seu aniversário de 68 anos, faleceu em Plainfield e foi ao lar para estar com Cristo, seu Senhor.
 

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