Frederick William Grant
(1834 - 1902)
Frederick William Grant nasceu em 25 de julho de 1834 no distrito de Putney, Londres. Ele chegou à conversão somente pela leitura das Sagradas Escrituras e sem auxílio de alguma outra pessoa. A sua educação escolar recebeu no colégio Kingston College School e esperava conseguir uma colocação no ministério da defesa. Aparentemente lhe faltavam as referências para isso e assim imigrou para o Canadá na idade de 21 anos. Nessa época, quando veio ao Canadá, a Igreja Anglicana (igreja oficial do estado inglês) estava instituindo novas paróquias nas partes recém colonizadas desse país. A necessidade de pastores era tão grande, que F. W. Grant, após uma exame minucioso, foi ordenado para essa função sem ter passado pelos estudos de modo geral necessários para isso.(1834 - 1902)
Pela leitura de diversos escritos dos irmãos ficou claro para ele que não podia permanecer na igreja do estado. Por isso deixou o sistema eclesiástico e mudou-se para Toronto onde morou por algum tempo. Podemos ganhar um quadro claro de seu desenvolvimento espiritual a partir de uma correspondência com John Nelson Darby mantida durante os anos 1864 a 1875. Principalmente se destacam os descobrimentos que uma alma vivificada faz quanto à sua carne corrupta e quanto aos perigos do egoísmo e do intelectualismo. Esse conhecimento de si próprio é tanto mais notável, porque nos seus escritos posteriores, por vezes chegou a formulações um pouco ousadas e não compartilhadas pela maioria dos mestres entre os irmãos. Por outro lado, possuía um entendimento profundo da verdade que sempre explicava com grande alegria. Sempre era o desejo de seu coração fazer Cristo mais precioso às almas fazer-lhes cara a Sua Palavra.
Mais tarde, F. W. Grant mudou-se para Brooklyn no estado de Nova Iorque, depois para Plainfield (New Jersey), onde morava até a sua morte. Não viajava muito e por isso não era pessoalmente conhecido por muitos irmãos. Também lhe faltavam aquela atração que muitos dos guias, também entre os crentes, possuem. Porém, aqueles que o conheciam pessoalmente, o amavam por causa de seu caráter precioso e nobre, fruto da graça de Deus, e por causa da simplicidade e dignidade de um cristão verdadeiro. Amava a Palavra de Deus acima de tudo e desejava retê-la, embora tivesse consciência de sua fraqueza e dependência. Queria sempre de novo apresentar as preciosas verdades contidas nela às almas.
Durante anos havia se ocupado detalhadamente com o livro dos Salmos. Não apenas foi atraído pelo conteúdo deles, mas também pela forma literária e sua divisão comparável aos cinco livros de Moisés (o Pentateuco). Foi atraído pelo fato de que em alguns salmos a letra inicial de cada versículo segue a seqüência do alfabeto hebraico e também de sua relação entre si em vários grupos. Chegou a ter a impressão de que Deus deixou escrever os salmos segundo um plano específico, notando que o significado numerológico de cada salmo, de cada grupo de salmos e de cada livro tinha um lugar claramente indicado e importante. Se, pois, os salmos foram escritos dessa forma, por que então não todas as Sagradas Escrituras? Assim continuou pesquisando até encontrar a mesma harmonia divina em toda a inspirada Palavra de Deus. Começou e escreveu durante alguns anos de paciente trabalho a obra "The Numerical Bible" ("A Bíblia de
Números"). Ao total, sete volumes dessa obra foram publicados. Englobam Gênesis a 2 Samuel, os Salmos e o profeta Ezequiel quanto ao Antigo Testamento e todo o Novo Testamento. Infelizmente não foi possível terminar os demais livros do Antigo Testamento. Dividiu o texto bíblico conforme a estrutura numérica descoberta por ele e, na margem, colocou diversas passagens paralelas e também um comentário contínuo abaixo do texto bíblico. Além disso, escreveu um número de estudos (por exemplo sobre Gênesis e Êxodo e o Apocalipse) e também livros de conteúdo doutrinário sobre diversos assuntos.
Da época pouco antes de seu falecimento se conta a seguinte história. Quando um visitante entrou em seu quarto, ele sentava, apoiado em almofadas, em sua cadeira. A Bíblia estava aberta diante dele, como sempre nesses dias de uma espera difícil e desamparo. Se voltou ao visitante e disse em profunda comoção com um olhar a sua Bíblia: "Oh, o livro, o livro!" Era como se quisesse dizer: Que abundância tenho aqui e quão pouco entendi e com que fraqueza expressei os pensamentos contidos nele.
Em 25 de julho de 1902, em seu aniversário de 68 anos, faleceu em Plainfield e foi ao lar para estar com Cristo, seu Senhor.
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