segunda-feira, 29 de agosto de 2011

James Butler Stoney


James Butler Stoney
(1814 - 1897)

James Butler Stoney nasceu no dia 13 de maio de 1814 em Portland, no condado de Tipperary (Irlanda). Seu pai era um puritano severo. A família levava uma vida sossegada e sem preocupações. Todos os quatro filhos foram ensinados por professores particulares.

Na idade de 15 anos, James Butler Stoney, inteligente e dotado, foi freqüentar o famoso Trinity College em Dublin, onde se especializava nos idiomas clássicos e em direito. Embora tivesse sido alertado quanto à graça de Deus e à necessidade de uma conversão durante esse tempo, o jovem ambicioso e ocupado com diversões não encontrou tempo para analisar essa questão. Os seus pensamentos estavam voltados para o seu futuro êxito profissional como jurista.

No ano de 1831, em Dublin havia um surto de cólera. Também James Butler Stoney adoeceu. O seu primeiro pensamento então era: "Como posso me encontrar com um Deus santo?" Os seus sofrimentos de alma eram piores do que os físicos. Chamou um servo, para que esse fosse chamar o médico, e disse: "Thomas, acredito que devo morrer". Quando estava novamente sozinho, ele se lançou sobre o seu rosto e clamou àquele Deus, de quem já ouvira falar enquanto ainda era menino, e que havia aceitado até o maior dos pecadores, porque o Crucificado está à destra dEle. Quando o médico chegou, J. B. Stoney realmente estava exausto e parecia estar perto da morte, porém disse com bastante calma: "Jesus me receberá. Senhor Jesus, receba o meu espírito". Por meio de uma sono profundo e salutar, ele foi recomposto. Logo podia continuar os seus estudos, mas nascera de novo, para um mundo novo, para esperanças novas e uma vida nova. Decidiu renunciar ao estudo do direito, para de então em diante ser uma testemunha da graça de Deus em favor de pecadores perdidos.

Começou, então, a estudar teologia em Dublin, onde, nessa época, havia realmente professores excelentes. Na idade de 24 anos recebeu a ordenação de clérigo. A família dele se irritou bastante com isso. Um de seus tios não queria mais contato algum com ele, porque pensava que teria jogado fora os seus talentos naturais e perspectivas esperançosas por um salário de pastor.

Nos últimos quatro anos, James Butler Stoney estudara as Sagradas Escrituras com grande zelo. Reconheceu que todas as coisas visíveis são passageiras e que apenas as coisas invisíveis são eternas. Quando lia as epístolas de Paulo, descobriu que o próprio Senhor ressurreto e glorificado concede os dons para o serviço na Igreja, de forma que o crente em conformidade com a sua tarefa se torna ou um evangelista, um pastor ou mestre (instrutor) — veja Efésios 4. Por isso, J. B. Stoney não aguardava por uma colocação profissional de pastor, mas foi como evangelista pelos caminhos e valados, para indicar aos pecadores a grande salvação de Deus.

Já no ano de 1833, James Butler Stoney tivera contato com os irmãos que estavam se reunindo há alguns anos em Dublin, inicialmente numa residência particular em Fitzwilliam Square, n° 9 e desde o ano de 1830 num salão de leilões de um produtor de móveis em Aungier Street, n° 11. Num comunicado interessante datando do dia 12/07/1871 ele mesmo escreve sobre aqueles dias:

"Conheci os irmãos em 1833. Tive o ardente desejo de servir ao Senhor e tinha renunciado à carreira de jurista em favor de um estudo teológico. Pensei que isso fosse a única coisa certa. Inicialmente fui a Aungier Street com sentimentos de oposição. Sr. Clarke, um colega de estudos, me levava até ali. Ele era ali um assistente permanente...Finalmente cheguei a ter um grande interesse nos ensinos de lá. Lembro-me de forma especial de exposição do Sr. Darby sobre as palavras: 'agradáveis no amado' e do sr. Bellet sobre Marcos 7, mas ainda não pensei em juntar-me a eles...Ouvia constantemente o sr. Darby até que em certa ocasião falou sobre Josué 7: 'Por que estás prostrado assim sobre o teu rosto?...Levanta-te, santifica o povo...'. Primeiro o mal tem que ser removido. Deus não pode estar conosco, se não estivermos separados do mal. Foi então que desabei. Pela primeira vez ficou claro para mim que passo enorme é deixar a igreja do estado em favor de um pequeno grupo sem aparência em Aungier Street. Foi em junho de 1834. Pedi a sr. Darby de poder vir até que encontrasse algo melhor, porque não tinha plena certeza se ele estava certo, mas tive a convicção de que a Igreja Anglicana estava posicionada de forma errada. Durante aquele tempo, o sr. Stokes costumava ler a cada domingo um trecho das Sagradas Escrituras e em Plymouth, onde estive no ano de 1838, se costumava escalar de antemão quem havia de partir o pão e exercer atos públicos. Em setembro, participei numa reunião no castelo de Lady Powerscourt. O sr. John Synge teve a presidência. Sr. Synge pediu a todos um a após outro que falassem sobre um assunto determinado. O sr. Darby foi o último a falar, muitas vezes durante horas, e entrava em detalhes de todos os assuntos abordados anteriormente. Ao lado dele estavam sentados o sr. Wigram e Capitão Hall, sr. G. Curzon, Sir A. Campbell, sr. Bellet, sr. T. Maunsell, sr. Mahon, sr. E. Synge...As reuniões de oração às 7 da manhã me impressionaram de forma especial. Cada um orava, para que Deus lhes desse luz, mas também a graça de agir nos conformes...".

Depois de ter tomado o seu lugar permanente com os irmãos em 1834, James Butler Stoney continuou sendo um bom amigo de John Nelson Darby durante toda a sua vida e estava ligado intimamente a ele até à morte dele em 1882. Nas primeiras décadas trabalhava mais retirado. Escreveu artigos para diversas revistas, entre outras na década de 40 para "The Prospect" ("A Perspectiva"), cujo editor era William Kelly nos anos de 1849 a 1850. A partir de 1867, ele mesmo era editor da revista "A Voice to the Faithful" ("Uma Voz aos Fieis").

James Butler Stoney viajava muito e falava quase todos os dias em algum lugar. Ele tinha um jeito vivo e impressionante de falar, mas evitava cuidadosamente qualquer aparência de retórica. Era convicto de que o Espírito Santo é o verdadeiro e único poder nas coisas sagradas. O seu livro até traduzido para o alemão "A Educação na Escola de Deus" se tornou bastante conhecido.

Em contraste com os demais mestres do tempo do início, James Butler Stoney não enfatizava tanto o lado objetivo da verdade de Deus, mas mais o lado subjetivo da verdade, onde os sentimentos pessoais ocupam uma parte grande e por vezes há o perigo de pensamentos especulativos. Quanto a isso, quase se tornou um místico (a mística é uma forma especial de religiosidade, onde o ser humano procura chegar a uma comunhão profunda e íntima com Deus por meio de dedicação e meditação). Por isso ele se tornou inconscientemente o preparador de caminho para a aceitação das heresias de F. E. Raven, que esse começou a pregar por volta de 1890. Em 1890, isso levou a uma separação, e muitas assembléias locais na Inglaterra foram levadas por Raven inclusive os irmãos J. B. Stoney, C. H. Mackintosh e Dr. W. T. P. Wolston.

James Butler Stoney foi chamado ao lar no dia 1 de maio de 1897, pouco antes de seu aniversário de 83 anos. Já em outubro de 1895, ele estava preso a seu quarto por causa de uma doença séria. Até o fim continuou a sua alegria em Deus e faleceu tranqüilamente, falando dEle. Gostava de citar a estrofe de um hino:
'Tis the treasure I found in His love
that has made me a pilgrim below.'
('É o tesouro que encontrei em Seu amor,
que me fez ser um peregrino aqui em baixo.')

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