segunda-feira, 29 de agosto de 2011

Georg von Viebahn

 
Georg von Viebahn
(1840-1915)

Georg von Viebahn era descendente de uma família que em 1728 havia sido posto entre a nobreza pelo Rei Friedrich Wilhelm I da Prússia. Muitos oficiais do exército e funcionários públicos vieram dessa família. Nasceu em 15 de novembro de 1840 em Arnsberg, Westfalen. Fez o "Abitur"(1) na cidade de Oppeln, capital da província da Silésia Superior, onde o pai dele era governador. Desejava se tornar soldado seguindo a uma tradição familiar. Da parte de seus pais, Georg von Viebahn havia sido educado dentro da igreja do estado, ou seja a Igreja Luterana. Já na idade de 15 anos, ele se converteu à fé viva no Senhor Jesus pela cooperação de um amigo crente com quem brincava. Quando, então, começou a sua carreira militar depois do exame final escolar em 1859 num Regimento da Guarda em Berlim, o seu primeiro pedido de oração foi que se evidenciasse como um fiel discípulo do Senhor. Após a sua formação e promoção a tenente, participou das três guerras da unificação alemã nos anos de 1864, 1866 e 1870 / 71 com condecoração.

No ano de 1869, Georg von Viebahn conheceu a sua futura esposa no estado alemão de Hesse. Cristina Ankersmit era a filha de um próspero comerciante holandês. No dia 14 de maio de 1872, o casamento ocorreu em Amsterdã. Juntamente, os dois examinaram diligentemente a Palavra de Deus. A sua esposa conheceu já em sua juventude cristãos na Inglaterra que se reuniam conforme a maneira dos primeiros cristãos ao Nome do Senhor Jesus. Também em Wiesbaden, localidade de sua primeira residência comum, se reuniam juntamente com um grupo desses irmãos, tendo o simples desejo de "perseverar na doutrina dos apóstolos, e na comunhão, e no partir do pão, e nas orações" (Atos 2:42).

Como capitão, Georg von Viebahn estava estacionado primeiramente em Wiesbaden até o ano de 1878, onde nasceram a sua filha mais velha Christa e três outros filhos. Em 1878, ele foi transferido para Hannover, onde recebeu a sua promoção a major em 1879. No final do ano de 1883, ele foi nomeado comandante da Escola Militar Real em Engers am Rhein. Foi ali, que em 3 de fevereiro de 1884 a sua esposa faleceu logo após o nascimento de seu sexto filho. Três anos mais tarde, Georg von Viebahn casou-se com Marie Ankersmit, a irmã mais nova de sua primeira esposa. Nesse casamento havia três filhos. No ano de 1888, Georg von Viebahn foi promovido a tenente coronel e transferido para Frankfurt am Main. Mais um ano depois, ele foi chamado na função de coronel e comandante de um regimento para Trier. A sua última estação foi Stettin; para lá foi transferido já major general e comandante de uma brigada de infantaria no ano de 1893.

Desde a sua juventude era o desejo desse homem sério servir também na sua profissão ao seu Senhor, a quem amava, confessá-Lo diante dos homens e encontrar irmãos que amavam e confessavam ao Senhor Jesus assim como ele. Foi especialmente afligido pelo fato que havia largamente leviandade e pobreza espiritual entre o corpo de oficiais do exército. Contudo tinha contato com alguns oficiais crentes como tenente coronel Curt von Knobelsdorff, que estava responsável pela prevenção do alcoolismo. Embora muitas vezes tivesse que suportar escárnios e zombarias quando confessava o seu Senhor, ainda assim tentou servir e ajudar aos seus colegas e subordinados em temor a Deus e com coragem de confessar o Senhor. Como comandante da escola militar, ele deixou escrever diversos versículos bíblicos nas paredes, como por exemplo: "Prepara-se o cavalo para o dia da batalha, porém do SENHOR vem a vitória" (Provérbios 21:31). A sua primeira obra maior e visível foi a fundação de um asilo cristão para soldados, que deixou construir durante o tempo de comandante de um regimento em Trier por conta dele mesmo. Um desejo especial de seu coração se voltou, porém, para a salvação dos centenas de milhares de jovens que anualmente foram integrados ao serviço militar obrigatório. Assim ele decidiu, confiante no Senhor, editar uma revista semanal de conteúdo evangelístico para distribuição entre as tropas que lhe eram subordinadas.

No dia 1 de outubro de 1895 apareceu numa edição de 5.000 exemplares o primeiro número da revista sob o título "Pregações para Soldados", a partir do segundo ano intitulado de "Testemunhos de um Velho Soldado aos seus Camaradas". Deus abençoou esses pequenos e silenciosos mensageiros, que durante o espaço de 21 anos cresceram a 1.100 números e uma edição final de 150.000 a 170.000 exemplares. Também fora do exército esses testemunhos foram espalhados em forma de folhetos e foram até mesmo traduzidos para diversos idiomas.

Depois que o Senhor lhe dera esse extenso ministério, a que se acrescentaram ainda várias viagens em serviço verbal no evangelho, mais e mais se ocupou com a pergunta, se deveria retirar-se por completo do exército, para dedicar toda a sua força ao serviço do Senhor. Além desse trabalho, já antes lhe veio à mente o pensamento se ele deveria renunciar a sua profissão de soldado na sua condição de um cristão que tinha consciência de sua posição e chamado celestiais. Na primavera do ano de 1896, Georg von Viebahn percebeu nitidamente que agora havia chegado o momento em que deveria retirar-se do exército. Depois desse passo importante, ainda continuou morando em Stettin.

Agora se colocaram mais tarefas diante de Georg von Viebahn. Começou, primeiramente em Berlim, e então também em outras cidades onde havia guarnições, a fazer pregações do evangelho para oficiais do exército grandemente abençoadas. A partir de 1899 publicou a revista "espada e Escudo" com o alvo de não somente levar a Palavra de Deus aos oficiais ainda longe de Deus, mas também exercer um ministério pastoral para aqueles que já eram crentes. Logo acrescentava a essa revista uma folhinha devocional que continha estudos sucintos seqüenciais. Essas folhinhas, porém, logo superaram a tiragem da própria revista "Espada e Escudo" devido ao fato que também foram lidas em muitas casas e famílias. Incansavelmente, Georg von Viebahn trabalhava na obra do Senhor no lugar que lhe foi dado. Quando estava de viagem para pregar o evangelho, estava ativo durante o dia no ministério verbal; de noite, quando os seus anfitriões dormiam, muitas vezes trabalhava ainda durante horas nas revistas. Além dessas, publicou ainda diversos escritos avulsos, principalmente sobre a prática da vida cristã, cujos mais conhecidos devem ser: "Noivado e Matrimônio dos Crentes à Luz da Palavra de Deus" e "O Matrimônio dos Crentes à Luz da Palavra de Deus". Digno de ser mencionado também é o escrito: "O que encontrei com cristãos que se reúnem somente ao Nome de Jesus" (de 1902) — resposta a uma série de artigos na revista "Sons do Sábado" voltada contra "J. N. Darby e a Igreja".

Georg von Viebahn também estava regularmente presente nas conferências de estudo bíblico dos irmãos em Elberfeld, Dillenburg e Berlim. Em uma dessas reuniões, certa vez interrompeu um irmão que estava aludindo afirmativamente a uma exposição dele e o chamava de "Senhor General", com voz gentil , porém alta e clara: "Deixe o General para trás, e faça o irmão marchar à frente!".

Ainda na idade avançada, Georg von Viebahn podia exercer o ministério no evangelho e edificação dos crentes com boa saúde e frescor de espírito. Até o final de sua vida ficava firme na sua confissão do caminho estreito da separação. Em seu coração nunca esqueceu aquilo que comprovava também em seu trabalho, que estava unido com todos os membros do Corpo de Cristo. O seu biógrafo Emil Dönges escreve: "Não podia ser evitado que parecia estreito demais para alguns crentes e liberal demais a outros". O seus próprios desejos e esforços eram ter um coração largo no caminho estreito e confirmá-lo na prática. Obviamente intencionado por esse desejo, participava sempre de novo nas conferências da aliança evangélica em Blankenburg — embora acontecessem num fundamento não bíblico, conforme ele próprio confessou —, mas pensava ter ali a oportunidade de saudar muitos cristãos como irmãos e poder servi-los com a preciosa Palavra de Deus. Quanto ao seu próprio posicionamento com respeito a aliança evangélica, ele escreveu em 1910 a um amigo:

"Não sou membro da aliança evangélica e, como confio, nunca o serei. Nunca vi a aliança evangélica, que se baseia em uma aliança de diversas igrejas e comunidades cristãs, como uma solução divina para a unidade desejada dos crentes. Reconheço que esses esforços produziram lá e cá bênção pela fidelidade daqueles que a apóiam, mas a aliança evangélica não tem base bíblica. Por isso não falo de aliança, mas sim da unidade do Corpo existente em Cristo em feita por Deus. Essa grande verdade da unidade do Corpo de Cristo, daquela uma comunidade ou assembléia de Jesus, é uma verdade desconhecida por muitos crentes, embora o Espírito Santo a tivesse novamente trazido à luz há mais ou menos 60 anos."

No decorrer dos anos, o Senhor abriu mais e mais as portas para Georg von Viebahn de poder servir na palavra para os crentes. Era um desejo especial seu de apresentar-lhes não apenas os sublimes privilégios na sua condição de filhos de Deus, mas também inculcar nos corações de tomar uma posição em contraste com os filhos desse mundo em piedade e num andar fiel. Também esse ministério não era em vão; por muitos tem sido reconhecido e produziu ricamente frutos.

Durante a Primeira Guerra Mundial em 1914 a 1918, dois filhos morreram na frente. Essas perdas atingiram bastante esse homem sentimental. Embora as suas forças estavam diminuindo, ainda acreditava que podia continuar o seu ministério. Porém, no ano de 1915, foi comprovado que estava seriamente  doente. No dia 15 de dezembro de 1915, o Senhor chamou o Seu servo para o descanso do povo de Deus. Georg von Viebahn foi sepultado ao lado de sua esposa em Engers. Muitos amigos e conhecidos presenciaram o culto funeral em Berlim; em Engers, o seu amigo Emil Dönges falou na capela do cemitério e Rudolf Brockhaus junto da sepultura do falecido.
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(1) Exame final do segundo grau nas escolas da Alemanha até hoje; pode ser comparado a um vestibular, pois o resultado desse exame determina a aptidão do aluno para poder cursar a universidade ou não — Nota do tradutor.


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